Refletindo com o Baralho Cigano: a carta dos Caminhos e o destino
Nesses pouco mais de dois anos trabalhando como Cartomante, é relativamente comum ser procurado por pessoas que querem saber sobre seu destino. Por isso, não posso deixar de refletir sobre o que realmente significa essa palavra.
O termo destino vem da palavra latina destinare que significava “fixar, afirmar, estabelecer” e, passou a ser usado como “aquilo que é firmemente estabelecido para uma pessoa”. Nesse sentido, podemos associar o destino à missão de alma, ao karma, às questões espirituais que sua alma veio aprender/lidar nessa encarnação.
Mas quero lembrar do significado de direção ou rumo que a palavra destino também traz, como quando dizemos “tal lugar é um ótimo destino para as férias de verão”, o que significa que é bom ir para lá.
Quando alguém me procura perguntando “isso está no meu destino?”, me parece que a pessoa quer saber se chegará nesse lugar, se alcançará tal pessoa ou se isso faz parte dos karmas e lições que veio aprender/lidar.
E foi assim que eu cheguei na carta 22 – Os Caminhos, refletindo sobre o destino.
O principal ensinamento que essa carta nos passa é o poder das escolhas. Em muitos baralhos vemos a imagem de uma encruzilhada, onde você pode escolher qual direção seguir, qual rumo tomar. E a partir da sua escolha, você alcançará o seu destino.
Colocado nessas palavras tudo parece uma simples equação matemática de 2 + 2 = 4. Mas a vida não é uma equação primária… a vida é um mega cálculo complexo!!!
O que muita gente descarta quando pergunta sobre o destino, são as escolhas que foram feitas no passado. Muitas vezes nos vemos diante de encruzilhas confusas e nebulosas, na qual não temos a menor ideia de qual direção seguir. Nessa hora talvez seja melhor perguntar se não queremos voltar, procurar entender qual foi o rumo que nos trouxe a este destino onde nos encontramos agora. Será que lá atrás não fizemos escolhas que nos destinaram a chegar aqui?
E quando falo de escolhas do passado, podem ser escolhas dessa vida mesmo, mas podem ser de vidas passadas também.
Recentemente, assistindo uma palestra, ouvi e anotei a seguinte frase: “Não existe destino. Existe predisposição para viver alguma situação da qual você precisa se libertar.”
Buscar o seu destino me parece ser apenas buscar o seu propósito de alma, sua vocação, às coisas que você veio aqui aprender, lidar, encarar, limpar, curar, se libertar… O destino não é uma pizza que você compra pronta, degusta e depois quer mais. O destino é a massa que você sovou e fez crescer!
A missão acontece na caminhada, não no destino. Afinal, o destino final de todes é a morte! Quando seu propósito de vida estiver cumprido, você partirá dessa para melhor, e sua alma permanecerá viva, indo em direção a novas experiências. Portanto, pra se conectar ao seu destino, é preciso dar atenção à estrada! Quando você está viajando, não adianta ficar como o burrinho do Shrek a cada 5 minutos perguntando: “a gente já chegou?”… “e agora? Agora chegou?”… “Agora chegou, né?”… “Já chegou?”…
O destino se constrói no dia a dia, no “orai e vigiai”, nas escolhas do cotidiano, na intenção da rotina. Então, segure no volante e olhe pra frente! Olhe para a estrada! Olhe para o Caminho!
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