Amor não é sorte: é aprendizado espiritual
Muita gente chega nas consultas querendo saber sobre o amor. É, de longe, o tema mais frequente, e também um dos mais mal compreendidos. A maioria sonha com um final feliz, com a história perfeita, com o “felizes para sempre”. Mas será que essa expectativa faz mesmo sentido na vida real?
Desde cedo, somos ensinados a esperar que o amor aconteça como um conto de fadas. Como se fosse um prêmio, uma sorte, uma bênção que simplesmente cai no nosso colo. Mas a verdade é que o amor não é sorte: o amor é aprendizado. E, talvez, um dos mais profundos que a alma pode viver.
Amar dá trabalho. Amar exige maturidade emocional. Assim como na analogia da grade curricular de uma faculdade – que já discutimos ao falar sobre destino e livre-arbítrio –, a "disciplina do amor" tem suas etapas e pré-requisitos. E a primeira, a mais fundamental de todas, é sempre o amor-próprio. Como podemos amar alguém de verdade, de forma saudável e plena, se não amamos a nós primeiro? A ausência desse alicerce muitas vezes leva à confusão entre amor e outros sentimentos, como:
- Paixão ou Tesão: emoções intensas e passageiras, baseadas na atração física e na idealização.
- Obsessão: um apego doentio que anula a individualidade.
- Carência ou Codependência: a busca por alguém para preencher vazios internos
- Promessa de eternidade ou Casamento: muitas vezes, o foco está no status da união, na idealização de um "para sempre", e não na conexão profunda e real.
Vejo isso com frequência nas leituras, especialmente nas consultas para solteires. Muita gente diz que busca o amor, mas o que busca mesmo é a validação que acha que só virá de fora. Sonha com uma relação idealizada, mas ainda não aprendeu a se acolher com gentileza, a se ouvir com sinceridade, a se bastar com equilíbrio. E quando isso não está trabalhado, o que chamam de amor vira um emaranhado de carência, dependência, projeções e ilusões.
É comum vermos, especialmente em registros cármicos, a influência de casamentos arranjados ou uniões por conveniência de vidas passadas. Isso gera um inconsciente coletivo onde o "estar com alguém" (status) pode ser mais valorizado do que o "amar alguém" (conexão genuína). As pessoas, sem perceber, buscam o status achando que estão buscando o amor, e é aí que reside uma grande armadilha de autossabotagem e frustração.
A ideia de "felizes para sempre" é uma crença limitante que nos aprisiona em uma expectativa irreal. A vida, com suas marés de altos e baixos, nos ensina que todo relacionamento de longo prazo passa por diversas fases. Há momentos de bonança e de tempestade, de alegria e de desafios. Relacionamentos são como jardins que precisam de constante manutenção: adubar, regar, podar o que não serve mais. Eles exigem trabalho, dedicação, diálogo e, acima de tudo, maturidade emocional.
O Tarot e os Oráculos ajudam a revelar essa armadílha, mas olhar para ela exige coragem. É fácil confundir paixão com amor, presença com posse, desejo com apego. Como bem diz a carta de Afrodite no Oráculo O Legado das Deusas, escrita por Cristina Balieiro:
“Amor não é sedução, não é exercer poder sobre o outro, não é controle e posse, não é carência afetiva, não é desejo de ser cuidado pelo outro como uma criança, não é dependência emocional ou qualquer outra, não é obsessão, não é promessa de eternidade, não é casamento, necessariamente. Tudo isso muitas vezes é confundido com amor, mas amor é muito diferente. [...] Amor, como Afrodite nos ensina, é a experiência interna de uma forte conexão emocional com um outro, que nos inunda e nos dá prazer sentir. A experiência de sentir esse amor apaixonado por outro ser humano pode ampliar nosso autoconhecimento ao despertar em nós emoções e sentimentos novos. Nos tornamos 'maiores' a partir de uma experiência como essa. Uma relação é de fato amorosa, dentro da ótica da Deusa, quando ela nos transforma pela química do encontro, mesmo que ele seja breve. [...] É preciso abertura, maturidade emocional e coragem para viver algo assim”
É por isso que o amor verdadeiro não combina com romantização excessiva. Amar alguém não é encontrar um salvador, nem viver em estado de êxtase constante. Amar é atravessar as marés da vida com alguém. É aprender a conversar quando está difícil, é reconstruir quando algo quebra, é renovar o vínculo com presença e escolha, mesmo quando os dias não são fáceis.
E se o amor é maré, é preciso saber nadar sozinho antes de mergulhar com o outro. Ser um bom par exige, primeiro, ser um bom ímpar. Porque ninguém vai preencher os vazios que você se recusa a ver. Isso significa:
- Autoconhecimento: entender suas próprias necessidades, desejos, medos e padrões.
- Amor-próprio: cultivar o respeito, a aceitação e o carinho por si, sem depender do outro para se sentir completa(o).
- Maturidade Emocional: saber lidar com as próprias emoções, comunicar-se de forma eficaz, estabelecer limites e resolver conflitos de forma construtiva.
Quando você se conhece e se ama, você não busca no outro a sua metade, mas sim alguém que celebre sua inteireza. É assim que se diferencia uma empolgação momentânea ou um "crush" passageiro de uma conexão real e profunda.
Sinais de que você pode estar se iludindo incluem: a idealização excessiva, a dependência da atenção do outro para se sentir bem, a dificuldade de viver a própria vida independentemente, a negação de sinais de alerta e a confusão entre o desejo de ter alguém e o verdadeiro sentimento de amor.
A empolgação do começo pode ser deliciosa, mas se não for acompanhada de construção real, ela não sustenta o tempo. O amor que transforma é aquele que enraíza. E isso só acontece quando existe verdade, entrega consciente e disposição pra crescer junto.
Por isso, ao buscar o amor, pergunte-se: o que estou realmente buscando? Quero dividir a vida ou apenas fugir de mim?
As cartas não preveem o "felizes para sempre", não serve para adivinhar o futuro idealizado, mas revelam padrões inconscientes, bloqueios emocionais e as lições que você precisa aprender para viver o amor de forma mais madura. As cartas trazem à consciência aquelas "disciplinas" da sua grade curricular afetiva que talvez você esteja resistindo em cursar.
Elas servem para mostrar o que você precisa ver agora. Inclusive as partes de você que ainda não estão prontas para o tipo de amor que diz desejar. Porque o amor não é um destino. O amor é um caminho. E cada passo desse caminho nos transforma, se estivermos dispostos a aprender.
Permita-se redefinir o amor em sua vida, transformando-o em uma força que impulsiona sua evolução e te conecta com a verdade mais profunda de quem você é.
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